Todos temos medos de algum tipo, mas nem todos sofremos com o tipo de medo patológico chamado de "fobias". Algumas fobias são bem conhecidas, tais como agorafobia, que é o medo de estar numa área aberta ou numa grande multidão, e Thanatophobia, que é o medo da morte. (Eu acho que todos nos podemos relacionar a este último.) Há outras fobias que são simplesmente bizarras, por exemplo, arachibutyrophobia, que é o medo de manteiga de amendoim degolar o telhado da sua boca. Esta lista, no entanto, é dedicada a essas fobias que parecem inerentemente insustentáveis. Em outras palavras, essas que fundamentalmente afetam a qualidade de um sofredor numa medida extrema. Enquanto lemos lista, temos que ter em mente que existem pessoas reais que sofrem destas fobias; compreender as fobias, permitir-nos compreender (e simpatizar com) as tribulações dos sofredores.
10- Ambulophobia
"O medo de caminhar ou de estar de pé."
Imagine as implicações de tal medo: o simples pensamento de estar de pé ou andar por aí enche-te de terror absoluto. Como se pode viver uma vida normal? Certamente não pode viajar numa cadeira motorizada o tempo todo. Infelizmente para ambulophobes, o vôo humano ainda não foi alcançado, tão pouco. Parece que uma pessoa que sofre desta fobia devastadora seria forçada a confrontar o seu medo muitas e muitas vezes, todos os dias da sua vida. Isso não soa como diversão.
9- Decidophobia
"O medo de tomar decisões."
Como pode ver, algumas fobias têm profundas consequências psicológicas. Se alguém está morrendo de medo de tomar uma decisão, então como é que vivem a vida? Será que instruem os outros para tomar uma decisão por eles? Não é uma decisão de si mesmo? Será que simplesmente seguem um equivalente da vida real de fluxo de consciência, simplesmente "ir com o fluxo", e não interferir com o curso normal dos acontecimentos? Mas isso não é uma decisão, também? Decidophobes devem estar num constante estado de fluxo mental; enquanto contemplam uma decisão, que não devem ter medo. É o ato de realmente tomar a decisão que os aterroriza. Isto significa basicamente que qualquer tipo de interação pessoal com o mundo exige um decisão para superar o medo traumatizante.
8- Epistemophobia (Gnosiophobia)
"O medo do conhecimento."
O quê? O medo do conhecimento? De fato. Nenhuma escola. Sem educação. Sem introdução de quaisquer novos fatos, de qualquer tipo. Desenvolver epistemophobia é semelhante a colocar uma tampa no seu desenvolvimento cognitivo. Não pode aprender mais, a menos que esteja disposto a suportar o terror implacável durante todo o processo, o que, obviamente, prejudica a sua capacidade para sequer compreender o novo material, em primeiro lugar.
7- Cibophobia
"O medo de comida."
Vamos realizar uma análise rápida da situação: o alimento é necessário para viver. Cibophobes estão assustados com alimentos. Isso significa que essas pessoas têm duas opções: (1) evitar alimentos completamente, matando-se, assim, através de desnutrição e desidratação, o que não é claramente uma perspectiva viável (ou atraente), ou (2) permanecer vivo pela ingestão de alimentos e lidar com tremores de derefrigeração cada vez que uma colher de cereal se aproxima da sua boca. Imagine ser um cibophobe, talvez realmente goste de macarrão e queijo, ou cheeseburgers de bacon-e-cheddar, ou algum outro prato delicioso. Bem, agora todo o prazer que sai dessas refeições é apagado, porque estaria comendo-os com um toque de pimenta, uma pitada de sal e um bocado de medo.
6- Somniphobia (Hypnophobia)
"O medo de dormir."
Assim como a fobia acima mencionada, este envolve algo que todos nós precisamos para nos mantermos vivos: o precioso fechar de olhos. Mas, enquanto se poderia ser capaz de viver alguns dias sem comida, e, assim, diminuir os efeitos da cibophobia, é muito mais difícil manter-se funcional, mesmo após um único dia de atividade sem dormir. Eu não posso nem imaginar o cansaço físico e mental que faz esta fobia, se ficar acordado, prejudica o seu corpo fisiologicamente e mina as capacidades do seu cérebro, mas se tentar ir dormir, está oprimido pelo medo que pode, plausivelmente, fazer com que seja impossível adormecer, de qualquer maneira. Certamente um medo horrível para qualquer um ter que lidar com ele.
5- Acousticophobia
"O medo mórbido de sons, incluindo a sua própria voz."
Agora estamos entrando no território de ainda mais bizarramente limitas fobias. Como se viver uma vida normal como um acousticophobe? Vive numa sala à prova de som? Anda por aí com tampões nos ouvidos? Convencer um médico para fazer cirurgia para ser surdo? Estes todos soam como decisões bastante drásticas e perigosas, mas a outra alternativa não é muito promissora: passar a vida a ser horrorizado com qualquer ruído aleatório, seja ele o leve zumbido de uma mosca nas proximidades ou o estrondo distante do trovão ou o barulho de um veículo que passa, ou mesmo a sua própria voz. E mesmo se tentar proteger-se do terror, cobrindo os ouvidos com as mãos, que não iria funcionar, ainda iria ouvir o sangue correndo pela sua cabeça. Assustador.
4- Chronophobia
"O medo da passagem do tempo, ou, mais geralmente, do próprio tempo."
Alongue esse medo à sua conclusão lógica, é de se supor que o medo do tempo implica também o medo de conceitos relativos ao tempo, como o passado, o presente, o futuro, e palavras como "mais tarde", "cedo", entre outras. Que existência horrível que seria, não? Mesmo os chronophobes não têm medo de palavras ou ideias relativas ao tempo, eles têm medo do próprio tempo e da sua passagem, e como seres humanos, somos bem conscientes de que o tempo está constantemente passando. Imagine ser um chronophobe, e olhar para um relógio ou um daqueles velhos relógios analógicos com alto-tique-taque em segunda mão. Assinale. Tock. Assinale. Tock. A cada segundo que passa reverbera como um terremoto de choque e terror através da sua alma.
3- Counterphobia
"A preferência por uma fobia para situações de medo."
Releia essa definição. Isto é uma fobia alucinante arcana se alguma vez houvesse uma. Então, nós temos uma fobia, e essa pessoa realmente procura aquelas situações ou objetos que lhes causam desconforto e medo intenso. Isto pode soar como uma espécie de síndrome masoquista estranha, torcida, mas pensa-se que counterphobes se envolvem nessas atividades, num esforço para combater a sua fobia. Tenho certeza que já ouviu a velha máxima aconselhando-o a "enfrentar os seus medos." Bem, para uma pessoa que sofre de uma fobia, esse conselho é muito mais fácil dizer do que praticar. Então, os counterphobes tentam conquistar os seus medos intensos, colocando-se em situações peculiarmente terríveis, que, evidentemente, não funcionam, então o counterphobe está numa existência de oscilação constante de luta ou fuga. Assim, a counterphobia leva à devastação causada pelo padrão mental e, só para piorar as coisas, acrescenta um novo nível de problemas psicológicos. Sim, não é uma fobia muito boa em tudo.
2- Phobophobia
"O medo mórbido de desenvolver uma fobia."
Mais uma vez, releia essa definição. Phobophobia é o medo de desenvolver um medo. Bem, espere um segundo - já é um medo, por isso, nesse caso, não é a phobophobia essencialmente uma doença auto-referencial? Parece que sim. Este é um medo tão ridiculamente complicado que parece mais como um paradoxo ou quebra-cabeças do que um medo legítimo, e é por isso que eu realmente sinto pena por todos os indivíduos que sofrem com isso. Eles temem o desenvolvimento de um medo, mas eles já desenvolveram um medo, por isso a phobophobia alimenta-se a si mesma num ciclo interminável, sem fim. É verdade, e a verdade é desanimadora.
1- Pantophobia
"O medo de tudo."
Quase dá vontade de rir desta fobia. "O medo de tudo? É mesmo? Isso é um absurdo." Mas, então, a realização afunda e finalmente compreende-se a gravidade dessa fobia. Pense nisso: o medo de tudo. Uma fonte descreve esta fobia como "um temor vago e persistente de algum mal desconhecido." Assim, num sentido teórico, um pantophobe pode passar a vida de uma maneira completamente normal, divertindo-se, exceto pelo fato de que são assombrados por um incessante e inabalável medo, implacável, que alguma força sinistra universal, esotérica está lá fora em algum lugar. Considerando todas as outras fobias nesta lista referirem-se especificamente a alguma causa, esta tem sido colocada na posição número um, porque implica um medo onipresente: não importa onde um pantophobe vai, não importa o que ele faz, todos os aspectos da sua vida, cada pensamento, cada objeto, cada relacionamento, interação, meio ambiente e momento, é atormentado por um pensamento persistente de que uma força do mal está pairando acima da sua cabeça, seguindo-o por trás, aproximando-se de todos os lados. Durante todo o tempo. Até o dia em que ele morre.
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